O PIX, a nova modalidade de pagamento no Brasil, completou 3 meses de operação no dia 16 de fevereiro de 2021. Esta tecnologia concorre diretamente com TED e DOC, porém não é limitada pelo horário comercial – as transferências podem ocorrer nas madrugadas, fins de semana e feriados.
De acordo com matéria do G1, 286 milhões de operações foram realizadas por meio do PIX em 2021. No mesmo período, as transferências através do TED somaram 53,2 milhões. Porém, resta saber se o PIX influenciou o volume de transações nas exchanges brasileiras.
Coleta dos dados
Várias fatores podem influenciar para que haja aumento de negociações em dias não úteis em uma exchange. No entanto, a grande novidade no processo de transferência de valores nos últimos meses foi o PIX.
Para que fosse possível mensurar o impacto do PIX nas negociações nos dias não úteis, foi criada a Fração Dia não Útil (FDNU). Esta fração é o resultado da soma dos volumes dos dias não úteis de determinado período, dividida pela soma total dos volumes do mesmo período (dia útil + dia não útil). Foram utilizados dois períodos: Pré PIX, de 16 de agosto a 15 de novembro de 2020; e o Pós PIX, de 16 de novembro de 2020 a 15 de fevereiro de 2021.
Os dados de apoio desta matéria foram obtidos nas publicações Volumes das exchanges de Janeiro a Dezembro de 2020, Volumes das exchanges de Janeiro de 2021 e “Volumes das exchanges de Fevereiro de 2021”. Esta última será divulgada na primeira semana de março. A compilação dessas informações gerou o arquivo abaixo:
Resultados
As exchanges com volume médio diário maior que 10 BTC que apresentaram crescimento da FDNU, ou seja, que aumentaram a quantidade de operações de compra e venda de Bitcoin nos dias não úteis, foram:
- PagCripto OTC: +125,28%, de 3,68% para 8,3%.
- BrasilBitcoin: +81,06%, de 10,48% para 18,97%.
- PagCripto: +78,66%, de 6,9% para 12,32%.
- MercadoBitcoin: +69,86%, de 12,41% para 21,09%.
- Foxbit: +65,81%, de 11,30% para 18,73%.
- BitCambio: + 48,5%, de 11,71% para 17,39%.
- Biscoint: + 41,18%, de 12,61% para 17,80%.
- BitcoinTrade: +40,56%, de 14,45% para 20,31%.
- Coinext: +40,2%, de 14,86% para 20,83%.
- Braziliex: +39,05%, de 12,04% para 16,75%.
- BitPreço: +31,23%, de 15,3% para 20,08%.
- BitcoinToYou: +27,45%, de 16,54% para 21,07%.
- NovaDAX: +24,76%, de 18,83% para 23,49%.
- Makes Exchange: +23,05%, de 3,85% para 4,74%.
- FTX: +21,25%, de 18,8% para 22,8%.
- Binance: +6,61%, de 19,85% para 21,16%.
- UpCâmbio: +3,12%, de 14,82% para 15,28%.
- BitRecife: +3,12%, de 14,67% para 15,13%.
Os dados coletados sugerem que, após a adoção do PIX, a participação do volume de compra e venda de Bitcoin em Reais nos dias não úteis aumentou 51,80%. Outros fatores podem ter contribuído, porém, no geral, não se pode negar a potencial influência do PIX nas operações fora do horário comercial.
Antes do PIX, as exchanges operavam por dia útil em média R$ 65.417.183,73. Quando chegava o fim de semana, havia uma redução de 65% do volume negociado, levando o valor médio operado para R$ 22.818.244,42. Após o PIX esse impacto do dia não útil diminuiu. No dia útil o valor médio operado pelas exchanges passou a ser de R$ 233.404.850,89, e, chegando o fim de semana, passou a haver uma redução de apenas 41%, levando o valor médio negociado em dia não útil para R$ 137.606.150,42.
Esta condição peculiar pode fazer com que o país se torne um ambiente mais próspero para as criptomoedas, superando outros mercados internacionais. Depois dessa inovação do Banco Central, o investidor que opera no Brasil tem as ferramentas apropriadas para negociar 24 horas por dia, 7 dias por semana.
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